Concursos públicos exigem compreensão de texto

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De repente, a compreensão de textos tornou-se o foco dos concursos públicos. Antes, tudo se baseava na Gramática. Quem a soubesse, a decorasse, mesmo que não a entendesse, se daria bem e passaria. Quantos funcionários públicos antigos com cargos bons não são capazes de escrever um texto decente…

Pois é. Esta nova exigência representa uma evolução no próprio ato de pensar a língua portuguesa. Deixando de lado qualquer terminologia inútil, vamos ao xis da questão: a Gramática existe PARA o texto, não o contrário. As regras gramaticais foram feitas para dar ao texto uma unidade de significado. Uma frase não existe sem um texto. Não há porquê analisarmos uma frase isolada, solta no meio do nada, porque ela é parte de uma coisa maior, que é o texto em si.

Por este motivo (e para evitar, também, ambigüidade, que acontecia com maior freqüência, anulando muitas questões) que os organizadores de concurso público passaram a pedir mais entendimento de texto.

E AGORA?

Entender um texto é ser capaz de dividi-lo em partes. Todo texto é feito seguindo um esquema lógico de pensamento. Principalmente os exigidos em concursos, que são os mais técnicos. É importante tentar não seguir a velha receita dos textos dissertativos: introdução, argumentação, conclusão e por aí vai. A maioria segue estes preceitos, mas nem sempre resolve a questão.

A idéia é desmembrar o texto em setas, esquemas e desenhos. Português usa rascunho. Use uma parte em branco para entender como uma coisa se liga à outra. Português é português e todos sabemos que a linguagem escrita não possui equações, mas é importante imaginar o texto como uma grande fórmula que precisa ser quebrada.
Se conseguirmos entender o texto desta forma, fica mais fácil responder às questões, porque somente uma alternativa corresponde com o esquema que fizermos.

Não vou me ater a dicas. Cada leitor possui o seu timing, a sua forma de entender um texto. Mas é preciso procurar, em cada parágrafo, duas coisas: o tema, que é a sentença principal, aquilo que realmente é o assunto do parágrafo; e a rema, que é o desenvolvimento desta idéias, aquilo que a explica, aquilo que fica subordinado à afirmação anterior.

É importante ver se o rema é positivo ou negativo ao tema. Geralmente o rema é a opinião do autor e o tema é a realidade que o autor põe em questão.